PROJETO DE ENSINO – A COBERTURA ESPORTIVA ALÉM DOS CLICHÊS – 54_2024 | |
Período: | 23/09/2024 08:00 a 24/11/2024 23:59 (Horário de Brasília) |
Status: | ABERTO |
Gabarito: | Gabarito será liberado no dia 25/11/2024 00:00 (Horário de Brasília) |
1ª QUESTÃO | |||||||||||
Segundo a FIFA (2019), o Brasil tem cerca de 15 mil mulheres jogando de maneira profissional ou amadora, enquanto nos Estados Unidos são 9,5 milhões e mesmo em países vizinhos muito menores, como Argentina e Venezuela, os números ultrapassam o Brasil com 27 e 24 mil, respectivamente. Dados do Ministério do Esporte dizem ainda que a maioria dos meninos brasileiros começa a praticar esporte aos cinco anos, enquanto meninas só têm o primeiro contato aos 11. Elas também estão fora da mídia: entre atletas, treinadores e árbitros que aparecem em reportagens sobre esportes, apenas 7% são mulheres. Esse número cai para 4% se consideramos 76 quem é o personagem principal das matérias, o que acaba servindo de pretexto para que patrocinadores não contratem atletas ou ofereçam valores muito abaixo do que recebem os homens. A brasileira Marta, maior jogadora de futebol da história e eleita 6 vezes melhor do mundo, está sem contrato com patrocinadoras esportivas desde 2018. Fonte: FIFA. Women’s World Cup 2029 watched by more than 1 billion. FIFA, Zurique, 18 de outubro de 2019. Disponível em: https://www.fifa.com/tournaments/womens/womensworldcup/france2019/news/fifa-womens-world-cup-2019tm-watched-by-more-than-1-billion. Acesso em: 15 jul. 2024. | |||||||||||
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2ª QUESTÃO | |||||||||||
As mudanças na economia, no consumo midiático e na produção de notícias remodelaram o fazer jornalístico ao longo das últimas três décadas. O conflito entre interesse público e interesse do público se acentuou. No caso do jornalismo esportivo, em que a linha entre informação e entretenimento já era tênue, esse dilema passou a fazer parte da rotina dos profissionais.
Fonte: LONGO, G. A. Por que há tantas mudanças no jornalismo esportivo? Disponível em: https://www.usp.br/esportivo/?p=3928#:~:text=O%20jornalismo%20esportivo%20nunca%20mais,interesse%20do%20p%C3%BAblico%20se%20acentuou. Acesso em: 15 jul. 2024.
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3ª QUESTÃO | |||||||||||
A noção de realidade que o jornalismo esportivo carrega nos dias atuais torna a cobertura esportiva tão brilhante quanto qualquer outra no jornalismo. O ponto-chave é que, muitas vezes, tal cobertura exige mais do que noção da realidade.
Fonte: COELHO, P. V. Jornalismo Esportivo. Contexto, São Paulo, 2003. | |||||||||||
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4ª QUESTÃO | |||||||||||
Era quase impossível ver mulheres no esporte até o início dos anos 1970. A coisa mudou. Não que hoje as redações esportivas tenham o mesmo número de mulheres com relação ao contingente masculino... , homens e mulheres devem ter os mesmos direitos, as mesmas oportunidades. O que não se pratica em boa parte das editorias do país, menos ainda nas de esporte.
Fonte: COELHO, P. V. Jornalismo Esportivo. Contexto, São Paulo, 2003. | |||||||||||
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5ª QUESTÃO | |||||||||||
A pesquisadora Aira Bonfim (2023) traz em sua obra “Futebol feminino no Brasil: entre festas, circos e subúrbios (1915-1941)” um levantamento que fez sobre o esporte em jornais publicados entre os anos 1915 e 1940. Quando falavam de futebol de uma forma geral, os jornais usavam termos como: esquadrão, soccer, equipes, peleja, quadro, entre outros similares. Quando havia o envolvimento de mulheres as palavras utilizadas eram: garotas, senhoritas, belo sexo, moças, sexo frágil, filhas de Eva etc. O quanto avançamos nesse aspecto em 84 anos, quase um século depois?
Fonte: BEZERRA, L. Desigualdade de gênero: infantilização na mídia esportiva desvaloriza atletas mulheres. Disponível em: https://www.leme.uerj.br/desigualdade-de-genero-infantilizacao-na-midia-esportiva-desvaloriza-atletas-mulheres/. Acesso em: 02 jul. 2024. | |||||||||||
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6ª QUESTÃO | |||||||||||
De acordo com dados divulgados pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), mais de 1,5 bilhão de pessoas ao redor do planeta assistiram à decisão da Copa do Mundo de 2022. Além disso, 5 bilhões de pessoas se envolveram de alguma forma com a competição e 93, 6 milhões de postagens foram feitas sobre o torneio nas redes sociais. O futebol, para Boniface (1998), foi o fenômeno mais universal do século XX, muito mais que a democracia ou a economia de mercado, tendo a Fifa um número maior de países afiliados do que os membros da Organização das Nações Unidas (ONU).
Fonte: BONIFACE, P. Football as a factor (and a reflection) of international politics. The international spectator, Roma, v. 33, n. 4, 1998, p. 87-98. | |||||||||||
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7ª QUESTÃO | |||||||||||
Para Helal (2011), os diversos estudos sobre futebol demonstram sua possibilidade de ser abordado por múltiplos ângulos de análise, sendo muito importante para entender a cultura e as relações entre diversos temas da nossa sociedade. E segundo Cattaf (2018 apud Helal, 2011) se o esporte se limitasse ao que acontece dentro de campo não precisaria de tanta atenção, mas ele move não somente atletas e sim um complexo sistema de relações sociais, políticas e econômicas e que não se limitam ao território de um único país.
Fonte: HELAL, R. Futebol e comunicação: a consolidação do campo no Brasil. Comunicação, Mídia e Consumo, São Paulo, v. 8, n. 21, 2011, p. 11-37.
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8ª QUESTÃO | |||||||||||
A expressão “cenas lamentáveis” já virou até meme. Mesmo assim, jornalistas continuam a repeti-la exaustivamente ao falar de violência no futebol. Não bastasse a pobreza de vocabulário para tratar de um assunto tão sério, o debate nunca evolui, quase nunca vai além de dizer que é algo lamentável. Em 2023, houve casos de violência no futebol em diversos estados do país. Apenas até julho, 8 mortes foram registradas (ALVES, 2023). Nas últimas três décadas, quase 400 pessoas morreram. Algumas, inclusive, dentro dos próprios estádios (BAND, 2023). Será que isso não é grave o suficiente para merecer um debate mais significativo? Quando há algum tipo de debate, vai somente por uma linha: a necessidade de aumentar a repressão. Ora, há décadas é essa a “solução” encontrada pelas autoridades responsáveis para conter a violência no futebol. Quando irão questionar por que isso não tem funcionado?
Fonte: BEZERRA, L. “Cenas lamentáveis” e outras bobagens: como discurso jornalístico ajuda a perpetuar violência no futebol. Disponível em: https://www.leme.uerj.br/cenas-lamentaveis-e-outras-bobagens-como-discurso-jornalistico-ajuda-a-perpetuar-violencia-no-futebol/. Acesso em: 02 jul. 2024. | |||||||||||
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9ª QUESTÃO | |||||||||||
Poucas coisas ocorrem, na América Latina, que não tenham alguma relação, direta ou indireta, com o futebol. Festa compartilhada ou compartilhado naufrágio, o futebol ocupa um lugar importante na realidade latino-americana, às vezes, o lugar mais importante, ainda que o ignorem os ideólogos que amam a humanidade e desprezam as pessoas.
Fonte: GALEANO, E. Fechado por motivo de futebol. Porto Alegre: L&PM, 2018. | |||||||||||
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10ª QUESTÃO | |||||||||||
Leia a notícia a seguir: Jogadores da Argentina cantam música racista em festa do título da Copa América Os jogadores da Argentina cantaram uma música racista nesta segunda-feira, em celebração do título da Copa América. No ônibus da seleção argentina, o volante Enzo Fernández filmava o momento de festa em uma live no Instagram, mas encerrou a transmissão quando percebeu que começavam a ecoar os gritos racistas. A música se notabilizou na Copa do Mundo de 2022, quando constantemente torcedores argentinos ecoavam o grito racista. A Argentina se consagrou bicampeã da Copa América após vencer a Colômbia por 1 a 0, no último domingo. A decisão da competição teve atraso de 75 minutos por uma grande confusão na entrada do estádio Hard Rock Stadium, com muitos torcedores invadindo o local sem ingresso. Lautaro Martínez marcou o gol da vitória argentina.
Fonte: GE. Jogadores da Argentina cantam música racista em festa do título da Copa América. Disponível em: https://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2024/07/15/jogadores-da-argentina-cantam-musica-racista-em-festa-do-titulo-da-copa-america.ghtml. Acesso em: 15 jul. 2024. | |||||||||||
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